São os riscos que nos demarcam, as atitudes...
São as atitudes que demonstram, nossas valentias...
Viver a dois é tudo isso, temperado com virtudes,
com bom senso, sabedoria, zelo e amizade...
Voltando para casa... - Santa Rosa de Lima - Florianópolis
(Paulo R. Boblitz - 25/set/2013)

Santa Rosa de Lima é bem arrumadinha, tranquila e silenciosa, com uma bela passarela coberta sobre o rio Braço do Norte, e a igreja Santa Rosa de lima, bem defronte a ela, a esperar pelos fiéis...
Agora largaríamos a estrada de chão e pegaríamos o asfalto, nele observando o que o vento havia feito na noite anterior, pois estava cheio de galhos e folhas, resultado daquela revolução que fez faltar energia. Em Rancho Queimado demos uma pequena entrada, mas logo fomos embora, pois nosso destino era Angelina, onde almoçaríamos e visitaríamos o Santuário de N. Sra. de Angelina, uma subida por uma passarela em ziguezague, passando pelas 15 Estações, uma subida de cerca de 90 metros, um bom exercício a fazer a digestão, pois que depois há que se descer aquilo tudo. A igreja de Angelina é muito bonita, com o Santuário às suas costas, repleto de águas que se misturam ao silêncio das reflexões.
Almoçamos no Sens Hotel e Restaurante, comida gostosa e farta, bem movimentado. Enfim, partimos para São Pedro de Alcântara, e comecei a ficar preocupado, pois a hora já ia avançada, dando-me conta só ali naquele momento, que havia esquecido que de Angelina para São Pedro de Alcântara, a estrada é de chão, um longo trecho a ser percorrido devagar. Teríamos que passar pela cidade sem fotos, ou corríamos o risco de perder o avião, pois antes de pegá-lo, ainda precisávamos entregar o carro, o dono fazer a vistoria dele, passarmos num posto de gasolina para o entregarmos com o ta
nque cheio, enfim chegarmos ao aeroporto, nos apresentarmos, despacharmos a bagagem e embarcarmos.
Depois de quase 40 anos de casados, cada um de nós já conhece o outro de cor e salteado, e quando a esposa olhou para a minha expressão, ficou mais preocupada do que eu, mas logo a tranquilizei, pois qualquer coisa, ficaríamos mais um dia em Santa Catarina; não há nada que não possa ser resolvido, afinal, logo cedo só lembrei de ligar o GPS, depois de havermos percorrido quase 12,5 quilômetros.
Logo chegamos numa grande placa dando-nos as boas-vindas a São Pedro de Alcântara, mas cadê São Pedro, que não chegava..? Finalmente chegou, diminuí a marcha e em pouco tempo atravessamos a cidade. Agora seria asfalto e descida, até Florianópolis. Olhei o relógio; o tempo estava apertado, e de novo a preocupação se achegou, pois não era só chegar em Florianópolis; haveríamos de enfrentar o trânsito...
Foram 2.181 quilômetros percorridos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de muitos encantos ensolarados, e outros encantos debaixo de frio e chuva. Encerrávamos assim, nossa comemoração de aniversário de 40 anos de casamento, dois meses e meio antecipados, uma vida inteira, como nos bons pedais pelas montanhas, quando encaramos as subidas, as descidas, as paisagens lindas, as paisagens feias, o liso asfalto, as pedreiras que vez ou outra furam nossos pneus, obrigando-nos a parar e reparar, mas que pedalamos com prazer, destemor e valentia...
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Belíssimo!! muito gostoso acompanhar seus relatos, sempre muito envolventes.
ResponderExcluirabraços