por certo é o dia de alguém...
Se ainda assim, está tudo bem,
então, aproveite o que puder...
Rumo a Gramado... (quinto dia)
(Paulo R. Boblitz - 16/set/2013)
Já contei na crônica de ontem, que não ligamos o ventilador na Pousada da Célia... O frio chegara, obrigando-nos a procurar quentura...
Urubici amanheceria jururu no dia seguinte, 11 Graus marcava no placar..., um dia que prometia, pois aqui me perdoem os amigos ciclistas se eu estava de carro, mas construí meu roteiro como se estivesse de bicicleta..., mais bonito e sempre que possível, pelas estradinhas de chão...
Sairia de Urubici com destino a São Joaquim, e de lá até Bom Jesus, finalmente chegando em Gramado; isso foi o que programamos...
Havíamos saído cedo, pois sabíamos que o dia seria longo, e foi. Até São Joaquim eu sabia que seria fácil, pois é tudo asfalto. De São Joaquim em diante, seria estrada de chão, mas o que eu não sabia, é que seria pedreira.
Logo na saída de Urubici, por onde um dia entrei já de noite e no escuro, de bicicleta guiando-me pela guia da beirada pintada do asfalto, paramos nos mirantes, primeiro no da Cachoeira do Avencal, depois naquele que enxergamos Urubici pequenina lá embaixo. Chovia, fazia frio e por isso deixamos para uma outra vez, nossa visita às inscrições rupestres, pois teríamos de seguir andando cerca de mil metros.
Mais à frente, saímos do asfalto e seguimos até a cachoeira, uma boa descida. A porteira fechada impedia que fôssemos de carro até próximo, pois é cobrado um ingresso para visitas. Não havia ninguém para a cobrança, a não ser dois filhotes bonitos que se achegaram e nos acompanharam com muita festa.
Parecendo uma enorme caldeira, aguardava-nos com seu rugido esfumaçado, de um riacho que nem é assim tão caudaloso, mas a queda é espetacular. Li em algum lugar, que ela chega aos 100 metros...
Voltamos para a estrada, deixando para trás os dois filhotes brincalhões. Estávamos subindo e um nevoeiro nos acompanhava, emprestando seu ar fantasmagórico ao caminho. Quando começamos a descer, ele foi ficando para trás. Mais um pouco passávamos pela entrada do Parque Nacional de São Joaquim, donde saí depois de atravessá-lo pedalando, proveniente de Bom Jardim da Serra.
Chegamos no entroncamento com a rodovia SC-438 e a pegamos à direita; São Joaquim não estava longe, e às 9 e meia parávamos em seu portal, homenagem aos tropeiros, capital nacional da maçã.
Zeramos o hodômetro na praça da igreja matriz e seguimos nosso caminho, asfalto perfeito que o Exército está construindo, porém só no comecinho. Garoava aqui e ali, e o horizonte não parecia nada simpático de tão cinzento... Muitas pedras e buracos, só nos permitiam, às vezes, 40 km por hora; até brinquei com a esposa, pois parecia que estávamos pedalando...
Passamos por São Sebastião do Arvoredo, cerca de 3 quarteirões com poucas casas, e a estrada mais apertou, sinal de pouco uso, e foi piorando e apertando, quanto mais nos aproximávamos da fronteira com o Rio Grande do Sul, para cruzarmos o rio Pelotas. Encontramos com uma vaca bonita que havia acabado de dar à luz, um lindo montinho peludo preto, ainda a cambalear pela estrada tosca. Sem pressa, deixamos que a nobre senhora arrumasse seu caminho seguro para a mata.
Finalmente chegamos no rio Pelotas... Talvez se passássemos por ali dois dias depois, não pudéssemos atravessá-lo. Na verdade, foram duas as pontes atravessadas, pois a seguir, dobramos 90 graus à direita para cruzarmos um afluente que ali desemboca.
Passava coisa pouca do meio dia e meia, e a fome já apertava, da mesma forma que agora também a chuva cada vez ia ficando mais forte. Acreditem: gastamos quase duas horas para percorrermos os cerca de 38 quilômetros entre o rio Pelotas e Bom Jesus; a coisa estava ficando feia...
Encontramos um restaurante, desses que servem PFs e matamos quem nos roía por dentro, e enquanto almoçávamos, preocupava-nos aquele aguaceiro todo caindo. Peguei o roteiro e Gramado ainda estava longe, quase 120 quilômetros, e fiquei preocupado. Olhei o relógio, quase três da tarde; praticamente já estava anoitecendo, pois as nuvens estavam todas raivosas.
Conversei com o dono do restaurante, um simpático e educado gaúcho que me apontou também um outro casal com uma criança, com o mesmo destino. Pediu licença e foi buscar um pedaço de papel, pois teríamos de dar uma grande volta, passando por Tainhas, São Francisco de Paula, por fim Canela e em seguida Gramado.
Dizia-nos que a ponte estava interditada em Lajeado Grande. Assim, nossa passagem pelo Passo do Inferno, isso mesmo, tinha ido para o inferno... A esposa logo perguntou se era asfalto, pois já estava farta de tanto sacolejo, e a resposta foi um sim, mas que tivéssemos cuidado com algumas craterinhas até chegarmos em Tainhas.
Fechamos o roteiro e seguimos lendo as placas convencionais, agora pelo menos a 60 km por hora até chegarmos em Tainhas, mas antes passamos sobre o rio das Antas, depois sobre o rio Tainhas, todos eles ouriçados numa bandalheira só: água caindo de montão; água escorrendo de tobogã...
São Francisco de Paula só passaríamos depois que partíssemos de Gramado, e estávamos passando hoje, antecipados; São Pedro estava bagunçando nosso passeio, mas ele estava dentro do bom tamanho, afinal, praquê tanto sol?
Chegando em Canela, reconheci onde teria saído, se tivesse vindo pelo Passo do Inferno, obedecemos a sinalização, e mais um pouco estávamos em Gramado, ali pertinho bem colado, onde nosso apartamento nos aguardava, assim esperávamos, bem quentinho. Não estava, mas logo aqueceu quando ligamos o ar condicionado "quente".
Esquisito olharmos para um split, nos lançando vento quente..., e aí me vi pensando se o fabricante manda um desses errado para o Nordeste...
* * *
Rumo a Gramado... (quinto dia)
(Paulo R. Boblitz - 16/set/2013)
Já contei na crônica de ontem, que não ligamos o ventilador na Pousada da Célia... O frio chegara, obrigando-nos a procurar quentura...
Urubici amanheceria jururu no dia seguinte, 11 Graus marcava no placar..., um dia que prometia, pois aqui me perdoem os amigos ciclistas se eu estava de carro, mas construí meu roteiro como se estivesse de bicicleta..., mais bonito e sempre que possível, pelas estradinhas de chão...
Sairia de Urubici com destino a São Joaquim, e de lá até Bom Jesus, finalmente chegando em Gramado; isso foi o que programamos...
Havíamos saído cedo, pois sabíamos que o dia seria longo, e foi. Até São Joaquim eu sabia que seria fácil, pois é tudo asfalto. De São Joaquim em diante, seria estrada de chão, mas o que eu não sabia, é que seria pedreira.
Logo na saída de Urubici, por onde um dia entrei já de noite e no escuro, de bicicleta guiando-me pela guia da beirada pintada do asfalto, paramos nos mirantes, primeiro no da Cachoeira do Avencal, depois naquele que enxergamos Urubici pequenina lá embaixo. Chovia, fazia frio e por isso deixamos para uma outra vez, nossa visita às inscrições rupestres, pois teríamos de seguir andando cerca de mil metros.
Mais à frente, saímos do asfalto e seguimos até a cachoeira, uma boa descida. A porteira fechada impedia que fôssemos de carro até próximo, pois é cobrado um ingresso para visitas. Não havia ninguém para a cobrança, a não ser dois filhotes bonitos que se achegaram e nos acompanharam com muita festa.
Parecendo uma enorme caldeira, aguardava-nos com seu rugido esfumaçado, de um riacho que nem é assim tão caudaloso, mas a queda é espetacular. Li em algum lugar, que ela chega aos 100 metros...
Voltamos para a estrada, deixando para trás os dois filhotes brincalhões. Estávamos subindo e um nevoeiro nos acompanhava, emprestando seu ar fantasmagórico ao caminho. Quando começamos a descer, ele foi ficando para trás. Mais um pouco passávamos pela entrada do Parque Nacional de São Joaquim, donde saí depois de atravessá-lo pedalando, proveniente de Bom Jardim da Serra.
Chegamos no entroncamento com a rodovia SC-438 e a pegamos à direita; São Joaquim não estava longe, e às 9 e meia parávamos em seu portal, homenagem aos tropeiros, capital nacional da maçã.
Zeramos o hodômetro na praça da igreja matriz e seguimos nosso caminho, asfalto perfeito que o Exército está construindo, porém só no comecinho. Garoava aqui e ali, e o horizonte não parecia nada simpático de tão cinzento... Muitas pedras e buracos, só nos permitiam, às vezes, 40 km por hora; até brinquei com a esposa, pois parecia que estávamos pedalando...
Passamos por São Sebastião do Arvoredo, cerca de 3 quarteirões com poucas casas, e a estrada mais apertou, sinal de pouco uso, e foi piorando e apertando, quanto mais nos aproximávamos da fronteira com o Rio Grande do Sul, para cruzarmos o rio Pelotas. Encontramos com uma vaca bonita que havia acabado de dar à luz, um lindo montinho peludo preto, ainda a cambalear pela estrada tosca. Sem pressa, deixamos que a nobre senhora arrumasse seu caminho seguro para a mata.
Finalmente chegamos no rio Pelotas... Talvez se passássemos por ali dois dias depois, não pudéssemos atravessá-lo. Na verdade, foram duas as pontes atravessadas, pois a seguir, dobramos 90 graus à direita para cruzarmos um afluente que ali desemboca.
Passava coisa pouca do meio dia e meia, e a fome já apertava, da mesma forma que agora também a chuva cada vez ia ficando mais forte. Acreditem: gastamos quase duas horas para percorrermos os cerca de 38 quilômetros entre o rio Pelotas e Bom Jesus; a coisa estava ficando feia...
Encontramos um restaurante, desses que servem PFs e matamos quem nos roía por dentro, e enquanto almoçávamos, preocupava-nos aquele aguaceiro todo caindo. Peguei o roteiro e Gramado ainda estava longe, quase 120 quilômetros, e fiquei preocupado. Olhei o relógio, quase três da tarde; praticamente já estava anoitecendo, pois as nuvens estavam todas raivosas.
Conversei com o dono do restaurante, um simpático e educado gaúcho que me apontou também um outro casal com uma criança, com o mesmo destino. Pediu licença e foi buscar um pedaço de papel, pois teríamos de dar uma grande volta, passando por Tainhas, São Francisco de Paula, por fim Canela e em seguida Gramado.
Dizia-nos que a ponte estava interditada em Lajeado Grande. Assim, nossa passagem pelo Passo do Inferno, isso mesmo, tinha ido para o inferno... A esposa logo perguntou se era asfalto, pois já estava farta de tanto sacolejo, e a resposta foi um sim, mas que tivéssemos cuidado com algumas craterinhas até chegarmos em Tainhas.
Fechamos o roteiro e seguimos lendo as placas convencionais, agora pelo menos a 60 km por hora até chegarmos em Tainhas, mas antes passamos sobre o rio das Antas, depois sobre o rio Tainhas, todos eles ouriçados numa bandalheira só: água caindo de montão; água escorrendo de tobogã...
São Francisco de Paula só passaríamos depois que partíssemos de Gramado, e estávamos passando hoje, antecipados; São Pedro estava bagunçando nosso passeio, mas ele estava dentro do bom tamanho, afinal, praquê tanto sol?
Chegando em Canela, reconheci onde teria saído, se tivesse vindo pelo Passo do Inferno, obedecemos a sinalização, e mais um pouco estávamos em Gramado, ali pertinho bem colado, onde nosso apartamento nos aguardava, assim esperávamos, bem quentinho. Não estava, mas logo aqueceu quando ligamos o ar condicionado "quente".
Esquisito olharmos para um split, nos lançando vento quente..., e aí me vi pensando se o fabricante manda um desses errado para o Nordeste...
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