(no orkut, todas as fotos)
Trilha do Labirinto
(Paulo R. Boblitz - nov/2009)
Vivo pregando que bicicleta aproxima o homem da Terra; isso significa que assim podemos praticar a nossa próp
Trilha para mim, é aquela em que podemos parar debaixo de uma sombra, dedicarmos um tempinho à boa vista à volta, sentirmos o cheiro de bosta de vaca no ar, verificar o ar gostoso que nos passa, acariciando a pele suada, baixar o tom da pulsação, como se estivéssemos num templo em oração, praticarmos a boa conversa, sentados com a bunda no chão, ou sobre um verde a se estender pelos tantos vales abaixo de nós.
Temos a chance de sermos diferentes, mas indiferentes continuamos em frenesi, subindo e descendo, subindo e descendo, subindo e descendo, subindo e descendo, e subindo e d
Trilha boa é aquela em que temos tempo de registrar as passagens belas e magníficas, veredas únicas que nos enchem os olhos, que nos tiram a respiração...
Não sendo assim, não é trilha, é treinamento... Assim, se meu objetivo é trilhar algu
Treinamos, minha gente, quando nos preparamos para alguma competição, e se alguém faz isso no meio de uma trilha, está sendo injusto com aqueles que o acompanham instintivamente. Se eu saio para passear, quero passear; se eu saio para treinar, então devo treinar com profissionalismo, marcando tempos, distâncias, cronometragens, enfim, eu comigo mesmo e a máquina, e não com ciclistas que nunca serão páreo para quem sempre está treinando.
Agora entremos na crônica propriamente dita:
Ciclistas de pouca fé, onde estão vocês? Por que não fizeram como a Marília, o Moisés, a Eliane, o Givaldo, a Dayse e o Saulo, 6 no meio dos 18 que saímos com o Pedal do Zé?
Essa foi a primeira trilha de todos eles, do começo ao fim..., das seis e meia até às onze e meia da manhã, pelos cerca de 56 km que rodamos. Parabéns para eles, e para vocês que não tiveram coragem, apenas a água na boca, pois que é possível, é acima de tudo, muito gostoso. Olho o meu reloginho computador, e verifico que queimei 2.200 kcal, um número a servir apenas como parâmetro, mas quem se importa com a exatidão?
Importa que eu fui, pedalei e cheguei; importa que me diverti, conheci lugares que não conhecia, avistei paisagens que me engordaram a alma...
Pegamos a rodovia Jo
De lá saímos em direção ao Feijão, um povoado, mas passamos da entrada dele, e enveredamos por outro estradão, com mais fazendas e animais, até que o estradão foi minguando, minguando, minguando até tornar-se em caminho de homem a pé, chão coberto de folhas secas, raízes sobressaindo, sombra pela vereda inteira, um calor abafado, pois o vento passava por cima da mata, até desembocarmos na João Bebe Água de novo.
Foi uma trilha sem igual, e só não foi mais bonita porque alguns teimam em treinar, ou se empolgam diante das tantas ramagens que se insinuam roçando na gente, galhos que querem também crescer, fechar a vereda para ninguém mais passar, guardar novamente os segredos dos caminhos belos...
Ciclistas de pouca fé..., nem tudo está perdido...; outras trilhas do Pedal do Zé, virão...
Quero encontrá-los todos lá, num local completamente diferente do asfalto, onde vocês deixam de ser citadinos, para tornarem-se verdadeiros aventureiros, conhecedores dos segredos da terra onde vivem, que só vêem em programas de televisão...
Para encerrar, o Ricardo Hsu, ciclista experiente e sempre severo, mostrou-me o capacete com uma pedra incrustada, como que um diamante diferente a enfeitar o coco duro, ou a lembrá-lo de que as quedas podem ser muito dolorosas, até mesmo graves, diante da falta de um equipamento de proteção individual. São itens imprescindíveis: capacete, luvas, óculos, protetor solar; o resto é complemento...
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