Mergulhando de cabeça

Desci e arregalei os olhos...

Naveguei entre paredes rochosas...

Vi meu firmamento lá embaixo na areia alva...

Subi em paz com minha poesia n'alma...



Mergulhando de cabeça
(Paulo R. Boblitz - nov/2009)


Estávamos nos reunindo no nosso ponto de encontro, vindos de todas as direções...; é interessante observar aqueles pontinhos piscando, convergindo devagar até juntarem-se aos que já estão chegados.

Os primeiros a chegar, sempre encontram vagas para estacionar as bicicletas, mas conforme esse número vai aumentando, acabamos por permanecer em pé, sempre com as bicicletas junto a nós.

É interessante ver aquela gente toda com as mãos nos guidões, pés apoiados no chão, bicicletas equilibradas entre as pernas, como se fôssemos como aquele mítico minotauro, metade humanos, metade bicicletas. Assim, a roda vai aumentando, pois bastam três ciclistas começarem a conversar, e uma boa área quadrada se estabelece com tantas bicis como rabos...

Alguém bateu em meu braço, me virei e recebi uma folha me oferecendo um curso básico de mergulho. Agradeci, dobrei a folha para examinar mais tarde quando estivesse com os óculos, e mais um pouco seguíamos para a pedalada, um outro tipo de mergulho, onde as ondas são gasosas...

Em casa, livrando-me da tralha suada, percebi o papel meio molhado pela transpiração, meio borrado pela tinta diluída; depositei-o sobre minha bancada para que fosse secando, enquanto eu cuidava de tudo mergulhar no sabão em pó.

Enquanto ia para o tanque, ia também pensando que o papel molhado e borrado, tratava de assunto relacionado com água, portanto, estava tudo certo.

Falava de instrução sobre mergulho autônomo, com cilindro de ar comprimido, e mergulho livre, apenas com snorkel, adrenalinas multiplicadas, experiências inesquecíveis, diante das tantas belezas lá por baixo...

A propósito: falava também da PADI (Professional Association of Diving Instructors), a melhor Certificadora internacional para emissão de credenciais de mergulho autônomo.

E minha memória logo se deslocou no tempo, lembrando do sobrinho Cláudio que a pratica por esses mares aí afora...

Lembrei também do Yukio, com quem trabalhei um dia lá em Urucu, no Amazonas, que praticava a pesca submarina. Numa daquelas conversas, ele me disse que necessitava de muito treino, principalmente para a capacidade pulmonar, ou, perdoem a minha leiguice, o tempo que o mergulhador conseguia ficar submerso, sem respiração.

Na época, raciocinando rápido e prático, perguntei por que ele não utilizava os cilindros de ar comprimido!?

Ele respondeu que assim não seria nada esportivo, que o peixe não teria chances, pois que a pesca submarina é objetiva e concisa, onde o predador tem que contar apenas com os próprios recursos, ou seja, no ambiente natural da presa, não é nada fácil capturá-la de igual para igual...

E lembrei das belezas que ele via, pois não apenas pescava, mas também admirava um mundo completamente diferente do que estamos acostumados aqui em cima.

Liguei para os Instrutores e pedi permissão para divulgá-los, e que me mandassem algum material bonito para mostrar, essas fotos que vocês já vieram deglutindo, como um Chão de Estrelas, Visitando um Amigo, Passeio pelas Cavernas, e Bailando sem Peso, títulos que me vieram à cabeça, pois que a poesia também pode ser encontrada no fundo do mar.

Para os interessados, o nome dos Instrutores, e fone para contato:

Instrutor PADI-154266 - Ricardo Stangorlini; Dra. em Cirurgia Pediátrica - Fabíola Pollachi; (79) 9811-2919; fpollachi@gmail.com - Aracaju - Sergipe.

Como o meu coração vai bem, meus colesteróis melhores ainda, minha capacidade pulmonar melhorando a cada dia de pedalada, acho que vou conversar com eles, pois soube que eles também parcelam em três vezes.

Os limites!? Somos nós quem nos impomos...

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