Hoje o dia parece ter sido de preguiça...
Quem chegava, ia logo dizendo que queria ir para a balsa...
Era o que eu também queria...
Passeio até o Mosqueiro
(Paulo R. Boblitz - nov/2009)
Mosqueiro é um povoado bem na foz do rio Vaza Barris, onde estão a construir uma ponte bonita que desativará as balsas que nos atravessam, pois do outro lado, continua o lindo litoral sergipano rumo ao estado da Bahia.
Como o percurso foi todo pelo asfalto, não o chamo de trilha, mas de passeio...
Saímos algo em torno de uns dezoito amigos, no começo um pouco lentos para nos aquecermos, aumentando o ritmo pouco adiante.
Seguimos pela avenida de dentro, longe da orla portanto, vento a favor... Variávamos de 25 a 28 km por hora, uma boa média, considerando que naquele ritmo, levaríamos 1 hora para chegarmos nas balsas.
Pensava no vento da volta, vento contra, e se estivesse como esteve no dia anterior, eu estaria frito...
O vento a favor parece elevar a nossa temperatura, pois ele navega junto conosco, não produzindo aquele vento relativo a passar por nossos corpos, levando embora nossos suores.
Assim, quando isso acontece, até o barulho diminui. Foi aí que observei o grupo inteiro coeso, no mesmo ciclo, num bloco só, a parecer um enxame de abelhas zoando pelo asfalto com todas aquelas rodas denteadas, cheias de pequenos cravos...
E me embalei como se fosse um grande zangão, escutando a própria trajetória. Quando vamos bem, até ficamos mais alegres... Emparelhei com o Gilton e puxei conversa, e essa conversa nos fez atrasar pela desconcentração; quando se fica para trás, o prejuízo é muito grande, pois se andar pesado já é difícil, andar mais pesado ainda, torna-se exaustivo. E fomos ficando para trás..., numa demonstração prática, que a energia despendida é diretamente proporcional ao esforço empenhado.
O que eu não sabia, era que havia outro Carniça atrás de nós, não que ele seja principiante, mas porque necessitou parar por alguma razão, razão perversa que não nos permite tirar o prejuízo, senão um tempão depois... Quando já estávamos chegando, encontramos Vovô em sentido contrário, na magricela dele de dez marchas, voltando para ver se algo havia acontecido conosco.
Enfim chegamos e pude tomar um saboroso caldo de cana com gelo e limão, logo encomendando outro e um pastel de camarão. O Carniça chegou e descansamos mais um pouco, conversando e sorrindo a cada gozação. Os primeiros 25 km já haviam sido percorridos...
Levantamos criando coragem, e logo um deu a idéia de voltarmos pela orla; seria vento contra, e do tipo direto sem nenhuma proteção... Limite é coisa que, embora queiramos, não conseguimos ultrapassar... Não deu outra, e logo o grupo se afastava de mim, num vento que chegava a entortar a bicicleta, nos obrigando a compensar.
Comigo ficaram também o Azarias, o Vovô e o Fernando, em explícita consideração. Encontramos o Pedro Viégas a remendar o segundo furo no pneu de trás; paramos e o ajudamos, e recomeçamos tudo outra vez, para mais à frente, o pneu dele furar pela terceira vez; brincando, disse-lhes que havia rezado para isso, pois assim eu descansava um pouco. Próximos da conclusão do reparo, Fernando virou para o Vovô e disse que lá na frente, deveriam estar a colocar a culpa no Boblitz.
Partimos novamente e o vento mais castigou... Lá na frente, perguntei ao Pedro se o pneu dele não gostaria de furar novamente... Sorrimos e continuamos... Mais um pouco, Pedro dobrava para ficar em casa, ali próxima, com seus micos soltos e naturais a visitá-lo diariamente atrás do desjejum, e nós continuávamos, agora mais amenos, pois os restaurantes nos quebravam o vento, tornando a tarefa menor.
Cheguei em casa, verifiquei os quase 55 km pedalados, tomei um banho e corri para a Roça; no caminho me pus a pensar, no que seria pior, se um plano onde não podemos parar de pedalar?, ou um sobe e desce, quando descendo refrescamos nos pedais?
Ainda estou pensando...
* * *
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