Oportunidades

Oportunidades..., são sempre poucas e passageiras...

Não espere pelo amanhã, pela inspiração melhorar, pois que tudo tem o seu momento...; o de agora é olhar em volta, pois ela está bem ali a lhe encarar...

Só não podemos utilizar as oportunidades para o mal. Essas, não são oportunidades; são apenas, momentos miseráveis...



Oportunidades
(Paulo Boblitz - ago/2005)


Quando meu Professor falava que deveríamos estar sempre prontos para as oportunidades, antes já havia discorrido muitas palavras em bons conselhos, que escutávamos durante a aula toda, alguns com atenção, outros em conversa com alguns colegas, outros mais em leitura de alguma coisa, poucos em declarado cochilo, mas era assim mesmo a nossa aula de literatura.

Não lembro mais o nome do Professor, mas lembro dos alertas sobre as oportunidades, tema que ele adorava, que nos cobrava com insistência quase chata, pois sempre fechava a questão nos nossos estudos, os que realmente nos deixam aptos e preparados para qualquer oportunidade.

Ele lembrava que ela vem e passa, e depende apenas da gente, agarrá-la ou deixá-la ir embora, deixando-nos apenas os sonhos, de como tudo poderia ser se estivéssemos prontos para o embarque, pois que ela vem só uma vez, e nunca mais volta a nos visitar, não vestida daquela forma.

Era gostoso ter as aulas de literatura, pois não víamos aquelas figuras, aquelas construções estéticas que ninguém mais lembra, embora delas nos utilizemos o tempo todo. E mal sabíamos que ele, na conversa, estava a nos ensinar muitas coisas, não especificamente literárias, mas da vida.

De vez em quando me lembro dele, franzino de fala mansa, calmo e sorridente, cansado de ensinar o que ninguém gostava de aprender, alegorias de uma linguagem, diante de tantas gírias e pleonasmos. Com ele, nunca ninguém foi reprovado. Quem sabe não foi num momento oportuno para ele, que ele tomou aquela sua decisão..?

São as oportunidades que fazem as diferenças. São as oportunidades que necessitam de julgamento, fazer ou não fazer, a depender apenas da coragem, depois só alegrias ou arrependimentos, pelo fazer ou não ter feito...

O oportunismo é do momento, anda sempre com pressa, necessita sempre de uma decisão, dá e tira com simplicidade, tudo aquilo que vale a pena... Às vezes, só dependemos de uma chance, de uma oportunidade, tamanha nossa ansiedade em construir a própria vida. Ninguém consegue explicá-las, mas elas vêm e vão, nos enchendo de graça, nos enchendo de aflição, uns com sorte, outros com mais sorte ainda, e muitos sem momentos oportunos para um alçar de vôo.

Cada minuto de vida, traz uma oportunidade diferente, nos faz ver ou lembrar, reconhecer ou desprezar, aprender ou perdoar, perder ou conquistar, viver ou galgar, enfim, nos capacita a criar mais oportunidades, para nós e para todos, pois somos uma única sintonia: nascemos para o futuro, não conhecemos nossos limites, vivemos em sonhos de prosperidade, de construções a mil...

Cada minuto de vida, encerra o que passou, o que deixou de acontecer, o que virou passado e com ele foi embrulhado, no pacote dos esquecimentos, que tanto poderíamos ter feito mas não fizemos, não nos foi favorável o momento, não estávamos ligados, não estávamos em sintonia, não tivemos a ousadia, não tivemos a coragem, não escutamos nossas vontades...

Pressentir é antecipar a ação, é dobrar a esquina para o futuro, é acreditar no achar no fim da rua, agarrar a oportunidade ali a nos esperar, é dar ouvidos à própria falta de razão, ter fé no conseguir...

Como se faz isso eu não sei, só sei que vem acompanhado daquele estalo da vontade, momentos de decisão, fazer ou não fazer, dar ouvidos à sintonia ou seguir em frente à luz do dia. Chamo a isso, escutar o Anjo da Guarda, que nos sopra em parceria, faz melhor a nossa antena, nos empurra ao modo dele...

Obedeça o seu querer. Oportunidades acontecem o tempo todo; nós é que não temos fé...

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