Esse é o título da minha homenagem a todas elas, criado em agosto/2005, tão atual quanto era naquele tempo.
E existem mães que fazem até mais do que isso tudo...
Para todas vocês mães, para todos vocês filhos delas, meus parabéns...
Profissão Mãe
(Paulo Boblitz - ago/5)
- Profissão!? - perguntou seca e altiva a vendedora.
- Mãe... - respondeu humildemente a mulher.
- Mãe!? Mas mãe não é nome de profissão!
- Então coloca aí que eu sou Esposa...
- Esposa também não é profissão... - falou a vendedora já parecendo irritada.
- Mas eu não trabalho! - justificou a mulher.
- Então o correto é... Prendas do Lar... - ensinou a vendedora, traçando um movimento de bênção com o braço no ar, já se sentindo superior.
- Prendas do Lar?
- É!!! Dona de Casa..!
- Dona de Casa!? - e continuou - A Senhora sabe o que são prendas? Sabe o que é ser dona?
Diante do silêncio desconcertado da vendedora, a mulher deixou rolar:
Três crianças preguiçosas para vestir, uma no berço querendo mamar, o marido no banho querendo café, toalha e uma cueca...; mais um pouco um beliscão na bunda com o maridão saindo para o trabalho, as três crianças preguiçosas sendo deixadas na escola, não sem antes o choro disso ou choro daquilo, uma de quatro no chão atrás da porcaria do tênis de um deles, o bebê chorando agora porque está com cocô na fralda...
Quando me livro das três pestinhas, mais sujeira de fraldas no tanque, uma pia cheia de louças, uma casa para varrer e espanar, comida para comprar, comida para fazer...
Mais um pouco, pegar os meninos na escola, voltar para arrumar a mesa, mais um beliscão na bunda quando o maridão sai de novo, mais louça suja na pia para lavar, fogão para limpar...
Deveres de casa para ensinar, roupa suja para lavar, roupa lavada para engomar, merenda para os meninos, o jantar para preparar...
O dia inteiro trocando fraldas, dando mamadeiras e colinho...
Minha novela é a única coisa que consigo ver sossegada, e isso se o neném não chorar...
Aqueles dois beliscões lá atrás, você já sabe no que vai dar, não sabe..?
No meio da noite, mais choros e mais fraldas...
É a vida acontecendo, minha filha, cada um fazendo a sua parte, mas no final, a nossa é a mais pesada. E você chama isso de Prendas?, de Dona? Seria verdade se eu ganhasse para isso, mas não ganho nada...
E com o semblante mais suave, continuou, amolecendo:
Posso até perder, por não ter tempo de me cuidar, de continuar bonita e simpática...
Por outro lado..., não conseguiria viver sem fazer isso tudo, sem ver os sorrisos dos quatro preguiçosos, sem apartar as brigas dos três traquinando, sem levar os beliscões que não chegam a doer..., sem vê-los todos em sono, tranqüilos, sabendo que sou eu quem cuida de todos eles.
Quando eles adoecem, só procuram a mim, e é o peso da minha mão quem faz o carinho tão gostoso; é o meu sussurro que alimenta a alma de cada um; são as minhas histórias que os fazem sonhar; é o meu trato sensual que deixa o maridão doidão...
Ou bota Mãe aí nesse negócio, ou não compro essa porcaria de máquina de lavar!
* * *
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