O Paraíso ainda existe

Meus amigos,

A crônica é grande como grande foi o passeio, mas lê-la não cansa como pedalá-la.

Estão todos convidados para conhecerem o percurso de Maceió até Recife. O bom seria que vocês também estivessem lá, ou quem sabe numa outra trilha, outras belezas...

Faz bem ao coração, às pernas, e principalmente à alma.



O Paraíso ainda existe
(Paulo Boblitz - set/2009)


Deus um dia expulsou o homem do Paraíso...

Não creio que deve ter sido bem assim; Deus não faria isso... Deus havia criado o homem com carinho e sabedoria; jamais o expulsaria de casa.

Como bem feito que Deus a tudo faz, o homem quis ser independente, como aquela criança que um dia descobre que já pode caminhar com as próprias pernas, e parte para conquistar a vida.

O homem e a mulher enfim partiram, mas não deixaram de amar o Pai...

Agora com todos em silêncio, apenas esfriando o sangue em contemplação, descubro que nunca abandonamos de fato, o Paraíso...; ele está o tempo inteiro junto a nós, e só o adentramos quando nos desfazemos de todas as nossas tribulações, nos afastamos do burburinho citadino, e comungamos com tudo aquilo que é de Deus.

Ao meu redor, o Paraíso...

O mar esplêndido, azul piscina...; o vento a zoar e refrescar à sombra das palmeiras que se agitam, pequenos grãos a saltitar, a andar construindo dunas...; o verde da grama rala a contrastar com a areia alva, choupanas simples a acomodar, a receber com carinho e sorrisos, qualquer visitante que tenha vindo em paz...

O cansaço nos tira o ar, reposto em longas aspirações; o batimento cardíaco vai se amainando, se animando em calma, diante de tanta beleza que nos enche os olhos, da face e da alma...

Obrigado meu Deus, por tanta paz, por tanta alegria de cores em movimento, simpatias ao meu redor, apenas em contemplação, pois a linguagem é uma só - tentar entender a tudo o que se vê, como se tudo fosse uma Oração...

Um sorriso nos arranca a atenção, afinal a comida chegou, simples como o lugar, temperada com o prazer em receber, que enche o bolinho frito de macaxeira, o cuscuz de milho soltinho, o suco de goiaba cheiroso, o café encorpado e quente, o pãozinho fofo a ser recheado com o ovo caipira mexido - sabor nenhum exótico; sabor nenhum falso...

O primeiro braço perde a imobilidade e se estende - está cheio de vontade e fome, arrancando logo grandes nacos, não de sabedoria, mas de pura energia, bombas que não explodem, nem tampouco viciam, mas tão somente na quantidade certa, alimento a combater o débil, a encher o saco vazio... A alma já se alimentou pouco atrás, e continuará se alimentando em expressões, em devaneios, em suspiros, em amor, pois que o lugar inteiro nos ama, nos acolhe em aconchego.

O Sol, a parecer em ciúmes, nos queima sem dó - brincam comigo, onde arrumei joelheiras?, ainda mais vermelhas? Ele nos tira a água, nos tira o fôlego; Deus nos dá a vontade, nos anima a garra.

Brincamos enquanto podemos, mas é chegada a hora; a preguiça precisa ir embora...

Seguimos pela beira do mar, deixando rastros que ele daqui a pouco apagará; a areia nos prende, nos agarra, parece querer que dali não saiamos...

O Paraíso não foi feito para sempre..., afinal os outros dele também têm direito..., e mais Paraísos à frente nos aguardam..., mais mensagens de amor do Pai, como pedras brutas esculpidas, falésias altas coloridas, um mundo de algas descoloridas, pois que também abandonaram o mundo em que viviam... Nascentes que brotam das pedras, o doce a namorar com o sal...

Quem não desceu da bicicleta tomou queda, pois Paraísos também são estranhos, pregam peças a nos lembrar, que a vida não é somente bela...

Areia solta sobre pedra lisa, receita certa do desajeitado tombo... Omar quebrou o cotovelo..., nossa primeira grande perda..., nossa primeira boa lição, de que o positivismo continua, de que a dor não elimina o ânimo, de que o passeio acabado não nos azeda o espírito...

Omar sobreviveu, sorriu e curtiu, ajudou e se preocupou, enfim passeou um novo passeio...

Suamos e nos enchemos de dores, nos queimamos e ficamos marcados, abandonamos o conforto e o fácil, e pedalamos..., fazemos mais força, bufamos e vamos nos revezando, nos ajudando, nos alegrando em palavras boas, em amores a comungar com Deus, que lá de cima Se orgulha, em ver filhos adoidados, curtindo o que Ele fez de belo...

Cada um se apóia, cada um se ensina, cada um transmite a experiência, cada um se preocupa em melhoras, seja lá do que for, se equipamento ou técnica, se piada velha ou nova...

Almoçamos..., uma peixada antecedida pelo arroz branco, que tem gosto mesmo puro, que desce sozinho como o maná, que vai satisfazendo a fome, suavizando-a pelo peixe colorido e pelo pirão encorpado, que chegam pouco depois.

Outro Paraíso a ser deixado para trás..., sorrisos sendo trocados por luvas, capacetes, água fresca nos cantis; o pedalar requer atenção, e cada coisa em seu devido tempo...

Seguimos em busca de nossa travessia, uma balsa pequena que nos obriga a desatrelar o reboque; ônibus, reboque, bicicletas, alguns carros de passeio, tudo espremido de uma margem à outra, momentos de apenas prosas... Ali me despeço dos pedais naquele dia, 80 quilômetros percorridos, mais 40 a percorrermos; vou de ônibus, ao Omar fazer companhia...

Chegamos já noite no hotel, onde alguns mais apressados já estavam, onde alguns ainda vêm pedalando pelo caminho...; nos instalamos, tomamos um banho regenerador, saímos em busca de novos ares; alguma festa deve ter acontecido, pois a cidade inteira fervia, gente à beça passeando, andando para lá e para cá; nos alimentamos e hidratamos, e voltamos todos para uma boa noite de sono.

Assim termina nosso primeiro dia...

...

Manhã ensolarada já promete, hoje o dia será do Sol, que aliado às subidas do asfalto, arrepios da Terra no passado, nos tirarão as energias, produzirão mais baixas...

Tomamos um café bem reforçado: lingüiças, macaxeira, cuscuz de milho, ovos mexidos, sucos diversos, pães, bolos, café e leite - ninguém joga muita conversa fora, pois a fome é evidente; apenas sorrisos são abundantes, pois não atrapalham o mastigar...

Hora da "fota", a foto oficial do grupo; saímos com destino a Gaibu, praia formosa, outro Paraíso. Recuperado, vou pedalando mais 20 quilômetros, mas vou também ficando para trás, atrasando o grupo. Tomo uma decisão não muito difícil - vou de ar condicionado...

E seguimos de ponto em ponto, parando a cada sombra boa, aguardando cansados ciclistas, especialistas do ciclo, que chegam em busca de frutas e sempre água, sempre ela a esvair-se em prantos, pelos vários poros que se multiplicam...

Num canto debaixo de uma palmeira, nossa segunda baixa com paciência nos aguardando..., Thiago com um saco de gelo sobre o ombro, deslocado quando atropelou o Barriga, que caiu à frente dele, apenas pouco arranhado conseguindo seguir em frente...

Seguimos adiante numa rodovia, fria cheia de curvas e subidas, onde todos só se preocupam em chegar, cada vez mais correr para não se atrasar, de vez em quando olhando cada um de nós a pedalar, a fazer esforço que ele sentado no conforto, apenas sonha algum dia em também fazer - alguns buzinam, outros acenam, simpáticos à boa idéia, quem sabe mais um adepto conquistado?, mais um a criar coragem de numa sela sentar, e pedalar, e suar, e pôr a saúde em dia?

Partimos novamente, pois à frente sempre tem gente seca, sem água principalmente; atendemos e aguardamos, pois os de trás logo também chegarão. Fernando decide parar e seguir com a gente, os joelhos estão doendo; mais um pouco chegam João de Deus e Bruno, estão cansados e muito atrasados - vamos todos de ônibus, pois o sentido é o grupo, a união que liga o pedal à convivência, produz o Paraíso conjunto...

Chegamos a Gaibu, que mais parece um formigueiro, gente chegando e gente indo embora, todos se divertindo ao modo deles. Ruas estreitas, muitos carros estacionados, fora os que vêm em sentido contrário, nos obrigam a parecermos guardas de trânsito, fazendo parar e encostar, para que o Caldas, cuidadoso em nada ralar, imprima lento avanço, onde ninguém fica impaciente, afinal isso é Nordeste, lugar por si só hospitaleiro...

O hotel é de primeira e todos já estão na piscina, dentro d'água se refrescando, cervejas bem geladas hidratando, a boa prosa acalmando, os "causos" sendo repassados, pois cada grupo tem sempre o seu, coisa normal num grande percurso, onde as variáveis estão sempre presentes...

Vêm muitos Zuandeiros nos ajudar, afinal ainda não chegamos - é preciso desatrelar o grande reboque, colocá-lo em posição adequada, retirar as bicicletas nele guardadas, buscar bagagens no microônibus, enfim, apear para descansar, máquinas e gente...

Almoçamos às 4 da tarde, novamente peixe saboroso, desta vez um filé chamado à moda Suape, e outro peixe inteiro à moda Gaibu, tudo molhado ao som de cerveja e vinho..., e bastante pão ao azeite e sal, umas gotinhas de limão...

A cidade ferve e continua fervendo, a noite cai e num mastro sobressaem, sob iluminação adequada, as bandeiras do Brasil, da União Européia, e de Portugal, nosso amigo de além mar, quem nos trouxe a formidável língua...

Músicas aqui e ali, bares com suas especialidades...; preferimos um à beira-mar, em plena areia de maré vazia, ao som das ondas quebrando ao longe, da brisa morna que nos aconchega, ao pé de um rochedo que sustenta um velho forte, com a Lua cheia em cumplicidade, nos misturando as luzes e matizes, os sabores dos tira-gostos, dos caldinhos quentes dos frutos do mar, da macaxeira frita crocante, das cervejas absolutamente geladas, da água de coco que já vem pela Natureza embalada...

Omar acende um robusto charuto, cubano segundo ele, fedido segundo poucos..., e tudo se mistura mais um pouco, luzes, sombras, brisas, sons, sabores e odores... Felizes retornamos ao hotel, onde ao pé da piscina tem ainda gente proseando; alguns já foram dormir faz tempo, pois é o cansaço enfim quem determina, a duração de cada conversa.

Nossa segunda noite se estabelece; mais um pouco só se ouvirá o mar, em constante carícia à terra, no vai e vem infinito, sob os cuidados do vento - a paz toma conta do lugar; lá no alto a Lua cheia observa, devendo sorrir contente, por seu manto suave a todos envolver e enternecer.

Assim termina o nosso segundo dia...

...

Partimos por volta das 8 horas da manhã, de um dia quente e ensolarado; o calor ainda ficaria maior, pois a nossa trilha foi em direção à exuberante Mata Atlântica que circunda Gaibu, com suas magníficas árvores de grande porte, cantos variados dos pássaros que ali habitam, cheiro indisfarçável de Natureza pródiga.

Areia solta, areia úmida, lama de caulim, troncos e cipós a exigirem cuidados, orquídeas e tantas flores silvestres, raios de sol intrometidos formando luzeiros, de um céu que nunca é azul...

O homem na terra precisa habitar, afinal também é um dos donos dela, mas não necessitaria destruir...

E o homem está destruindo aquele Paraíso...

O mais puro dos capitalismos, a mais ferrenha especulação... Poderosos situando-se atrás dos miseráveis, que nada têm a perder, que nada têm a ser tomado, que nada têm para ser em multas, cobrado - a Lei se torna, na prática, inaplicável...

A mata é derrubada, a madeira queimada ou vendida por poucos valores, tal é sua abundância, e mananciais começam a secar... Passamos por duas lagoas já completamente secas, a principal, a lagoa do Zumbi.

Em seus lugares, centenas ou milhares de pequenos afluentes de água suja e fedorenta, esgotos gordurosos dos tantos casebres, serpenteando em meandros pelo chão que um dia foi puro, criando e engrossando riachos fétidos a desaguarem no mar, igual ao que vimos próximo, na noite anterior, vez por outra se insinuando quando o vento fazia a curva...

O homem é parte de Deus, mas é também o pior dos animais... É egoísta e só quer tudo para si, não dando chances de dividir com a própria Natureza, quem fez tudo com a dose certa de Deus.

Passa arame farpado e apenas aguarda, quando a poeira da celeuma se aquietar, entregar a posse por conta de poucos trocados, a quem tem fácil para pagar.

O homem não é apenas animal; é também estúpido...

Mais alguns anos, nenhuma daquelas belezas existirão; cederão lugar a muros altos, que por maior consumo, no esgoto aumentará, a podridão que mata, que afugenta o animal dito não racional.

Um crime como o suicídio, cometido contra si mesmo, plantado agora para ser colhido mais tarde, em escassez e poluições; gente que de longe, em cada uma das mansões, encherá a visão com linda vista, para si e convidados, de um mar repleto de podridão, de uma região que um dia foi Paraíso...

E não existem autoridades, nem tampouco instituições, que dêem um basta na situação; esse basta só chegará, quando todos eles estiverem satisfeitos, quando os efeitos da grilagem não puderem ser desmanchados. Aí eles fecharão as portas, trancarão as porteiras, decretarão Área de Proteção, já com o bolso cheio, dos favores que foram trocados...

Felizes todos nós que ainda conseguimos, embora não por inteiro, vermos aquela beleza toda, ainda que agredida; mais alguns anos, só existirão muros, ruas repletas de gente que não pensa, problemas para a sociedade, que de pescadores e simplórios, perdendo a inocência, tornaram-se mercadoria para turistas, atrás de coisas somente fáceis, num lugar onde antes só existia dignidade.

Estão trocando a sanfona pelo reggae, a macaxeira pela droga, o sorriso franco pelo sexo barato, a liberdade pelo aliciamento; uma triste e constatada realidade...

A trilha retornou muda, uns seguindo até Calhetas, outra praia também maravilhosa, e outros voltaram para o hotel; estava chegando a hora da partida, de mais um Paraíso abandonarmos...

Chegamos na praia de Boa Viagem por volta das 5 horas da tarde, onde almoçamos na Churrascaria Ponteio, comida farta, comida esperta, onde o nosso amigo Tchê, um gaúcho visitando o banheiro, viu na parede um vasilhame de Listerine, anti-séptico bucal; achando que era detergente, desprezou os copinhos ao lado, fez espirrar direto na mão, que insistente tentou ensaboar, esfregando uma na outra - esse foi o Tabaréu do dia...

Dali seguimos para o Marco Zero da cidade, onde chegamos por volta das 7 da noite, e definitivamente fomos embora, cansados e cheios de glórias, de mais histórias a nos enriquecer a vida, de mais exemplos servirmos aos outros, de que se pode quando se quer.

Passamos a noite no microônibus; dormimos sentados de qualquer jeito, sonhando com mais Paraísos, com mais união em outros passeios.

Deixamos todos os Paraísos para trás, pois que assim como um dia aconteceu, também precisamos tocar a vida, nunca longe do Pai, orando e agradecendo, por termos tido os momentos que tivemos...

O Paraíso sempre anda junto a nós; compete a cada um querer vê-lo...

* * *

Fatos e estatísticas:

1 - Na verdade, comecei esta crônica alguns dias antes do passeio, e parei quando necessitei ir além da introdução. Passei pouco mais de uma semana, e também durante o passeio, a ouvir a palavra "Paraíso" sendo citada com insistência, apesar de manter o meu segredo sobre o título e o conteúdo. Isso prova que interagimos, que acabamos tendo uma afinidade pelo pensamento comum, assim como comum é o pedal.

Mas talvez seja obra de nossos Anjos da Guarda, que conversando animadamente entre si, acabam praticando a fofoca, sendo o meu, o maior deles. Pode ser ainda pura coincidência, mas pessoalmente, não gosto dessa palavra...

2 - Saímos de Aracaju por volta da meia noite de sexta-feira, já dia 5 de setembro. Na quinta-feira bem cedo, já haviam partido 6 companheiros; pedalaram 185 Km na quinta-feira, e 110 Km na sexta-feira.

3 - Paramos já próximos de Maceió, na praia do Francês, para resgatá-los.

4 - Iniciamos nosso caminho às 6 horas da manhã, num belo amanhecer cheio de luz no horizonte; as águas das Alagoas são na cor azul piscina...

5 - Nossa primeira balsa foi na travessia de Barra de Santo Antonio para a Ilha da Crôa, muito próximos de uma grande ponte, há muito tempo inacabada, sem as respectivas cabeceiras.

6 - Nosso primeiro café da manhã foi na Barraca do Pituba, na Ilha da Crôa, Alagoas, na praia do Carro Quebrado, pois um dia ali uma Brasília ficou atolada, a maré encheu e a destruiu, sendo ali abandonada. Dela hoje só resta o nome...

7 - Atravessando a Praia dos Morros, lugar de falésias magníficas, pedras esculpidas e polidas pelas marés, 8 pessoas ali caíram. Omar foi o único que não deu sorte...

8 - Nossa travessia de Ilha da Crôa para Barra de Camaragibe, aconteceu em pequenas canoas.

9 - Nosso primeiro almoço aconteceu em Porto da Rua, na Barraca do Tibiro.

10 - Pegamos a segunda balsa em Porto de Pedra, 80 quilômetros já pedalados.

11 - Paramos em Barreira do Boqueirão, em Japaratinga, ainda Alagoas, para um delicioso banho de bica, água natural gelada, a descer em torrentes pela colina.

12 - Nosso primeiro pernoite aconteceu na Pousada Brisa Dourada, em São José da Coroa Grande, já Pernambuco.

13 - Entramos na estrada para a praia de Tamandaré, e ali tomamos um banho de cachoeira, água muita a descer pelas pedras, em ruidosas cascatas de espuma.

14 - Nosso segundo pernoite foi em Gaibu, no Hotel Caravelas de Pinzón

15 - Nossa trilha no terceiro dia, passou pela Mata Atlântica ao largo da Lagoa do Zumbi, onde constatamos muita devastação por conta de invasões, depois seguindo até a praia de Calhetas.

16 - Almoçamos em Recife, por volta das 5 da tarde, na Churrascaria Ponteio, na praia de Boa Viagem, onde banhista esperto lê o cartaz e respeita os tubarões.

17 - Chegamos ao Marco Zero da Cidade de Recife, por volta das 7 da noite; dali são contados os diversos quilômetros, para cada canto de Pernambuco.

18 - Voltamos para Aracaju passando por Gravatá, Caruaru e Garanhuns, todos em Pernambuco; Palmeiras dos Índios e Arapiraca, todos em Alagoas; Propriá, Maruim e Aracaju, já todos em casa, nesse gostoso Sergipe, onde chegamos às 5 da manhã, já da terça-feira.

19 - Tchê é uma expressão herdada dos índios Guaranis. Na Língua Tupi-Guarani, significa "Amigo".

20 - Quase esquecia...; não convém soltar pum num microônibus, fechado e climatizado, cheio de gente, lotado... Creio que quem deixou escapar aquele silencioso e fratricida fantasma, deixou por estar dormindo..., embevecido em sonhos e relaxado, embora também acredite que depois da arte, o peidão tenha acordado, por duas simples razões: pelo gás sulfídrico a gerar uma reação de auto-salvamento, ou pelo esquentar acentuado das paredes da rugosa cavidade...

É preciso um certo cuidado, por parte desses mais folgados, a se acostumarem em exercícios de contenção, pois que num recinto completamente lacrado, onde até as janelas têm travas, poder haver um acidente, pois que tal fumaça incolor, além de feder adoidado, ainda seqüestra o oxigênio... Ainda bem que ali só existiam atletas, portanto bons de capacidade pulmonar, resistentes além do limite normal, a uma respiração parada...

Quem assim proceder, por esculhambação ou precisão, é de bom alvitre e procedimento, no dito cu instalar, uma bolinha de Naftalina...

Não é nenhuma droga, mas é bem capaz de deixar-nos a todos drogados, tamanha lufada indesejável, que até a língua adoçou.

Isso, não tenho certeza, deve ser crime ambiental...

21 - Quase ia esquecendo... (2) - o próximo passeio já está marcado: 18 de outubro - Ribeira - Itabaiana - Cachoeira de Macambira. Basta uma visita aos Zuandeiros:
http://www.zuandeiros.com.br/


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