Se o sentir invejas, é condenável,
despertá-las nos outros, também é, mas,
se puras são as tais invejas,
o despertar de todas elas, é
mais ainda maravilhoso...
Pelos Andes Peruanos, e, Pelo Ladakh, o pequeno Tibete
(Paulo R. Boblitz - jun/2014)
Pelos Andes Peruanos
Elegantes pelo frio, suados pelo esforço, maravilhados pelas vistas, assim seguiram Antonio Olinto e Rafaela Asprino, pelos serrilhados do Peru.
Imagens de Bicicleta pelos Andes Peruanos, esse é o título da aventura que os dois me narraram através de um DVD muito gostoso de se ver, pelas imagens, pelas músicas, pelas curiosidades registradas. Mesmo que você não seja um Cicloturista, ou até mesmo que seja, mas não tem a coragem, a viagem lhe contamina, desperta invejas, faz sonhar, faz pensar em qualquer dia desses, pegar a amiga bicla e cair no mundo das estradinhas, dos povoados, das montanhas lindas, dos sorrisos que sempre nos aguardam.
Comprei suas últimas obras, aliás as tenho todas, e vez ou outra, quando estou desanimado, fujo para meu canto e navego pelas cachoeiras, pelas toscas pontes, pelos cascalhos que conversam conosco, não vendo a hora de um grande feriado, dumas férias em que possa pedalar por aí, sem pressa e compromissos.
Não estou fazendo propaganda; estou, empolgado, prestando meu depoimento. Antonio Olinto e Rafela Asprino, entraram em minha vida quando visitei o sítio deles: www.olinto.com.br, um Projeto de Cicloturismo no Brasil, que já se estende fronteiras afora, pela dinâmica do casal em nos apresentar sempre o melhor.
Conheci-os virtualmente pelo Guia Estrada Real, de Ouro Preto até Paraty, mas um dia ainda nos abraçaremos pessoalmente.
Agora acabei de acompanhá-los pelas montanhas do Peru, e novamente atacado pela doença que faz coçar nossas mentes, faz inquietar nossos corações, faz vibrar nossas ondas sonhadoras...
Falta ainda assistir Ladakh, o Pequeno Tibete, uma viagem de bicicleta pelos himalaias indianos, e, No Guidão da Liberdade, quando o Olinto deu a volta ao mundo de bicicleta. Depois conhecerei o Guia Estrada Real - Caminho dos Diamantes, agora mesmo a convidar-me pela capa, uma estradinha de chão em zê, marrom aprisionada pelo verde, como se um rio seco a nos levar pelas lindas montanhas mineiras, cujas entranhas sorveram pedras preciosas e muito ouro, ainda hoje produzindo minérios e outras riquezas...
Se você quer viajar diferente, de carro, bicicleta ou a pé, visite o sítio deles e compre as saborosas obras, portas e janelas abertas para um mundo inigualável, onde só você e o terreno, farão barulho. Nada é caro por ali, e eles ainda ensinam como poupar durante as viagens, dão dicas e bons conselhos.
Se essa inveja for pecado, então que me perdoem todos vocês, por fazê-los também invejosos das coisas e qualidades boas.
* * *
Pelo Ladakh, o pequeno Tibete
Eu ia falar desse casal em duas crônicas, mas o DVD sobre o pequeno Tibete, não me permitiu; ele é bonito demais, muito bem trabalhado e narrado. O porquê do meu depoimento: porque eles estão construindo, não um Projeto, mas um grande sonho para tanta juventude que os observa.
Antonio Olinto e Rafaela, parece-me, conquistaram alguma coisa que os fez diferentes nesse vídeo; estão mais soltos, mais alegres e divertidos, talvez pelo clima, talvez pelos mistérios das montanhas coloridas do Tibete.
A paisagem é lunar, linda e agressiva ao mesmo tempo, de encher a alma de qualquer um, pela grandiosidade a nos cercar, ainda mais se ajudada pela nossa falta de ar; é muito alto...
Numa pequena entrevista com Cicloturistas que encontraram pelo caminho, simplesmente resumem toda a magia de se pedalar numa viagem, você e sua bicicleta numa interação formidável, em constantes negociações um com o outro, onde os dois, ciclista e bicicleta, enfrentam as mesmas condições em pé de igualdade...
Corajosos, de casa e cuia, tem o mundo inteiro, e todas as estrelas do mundo, só para eles... As tomadas cênicas não ficam em nada a dever aos melhores de Hollywood, porém eles não buscam nenhuma estatueta, mas sim pedalar e nos mostrar por onde pedalar com prazer e emoções.
Subidas fortes, de tirar o fôlego, de quem já está quase sem ele numa atmosfera rarefeita... Obrigado Rafa, pela emoção e pela Oração no ponto mais alto da mais alta estrada do mundo.
Pedalam em bicicletas simples, quero dizer, nenhuma delas é sofisticada, levíssima ou de marca glamourosa; são Cicloturistas, e isso basta...
No topo do mundo, onde um dia as montanhas se rebelaram e quiseram subir aos céus, não conseguiram e foram contidas, ainda hoje as marcas daquela rebeldia estão presentes como testemunhas, da luta grande travada entre o quente e o frio, quando as cores estabeleceram as veias de tantas forças, retorcidas como as estradas em ziguezagues, nos estonteando em delícias...
Um dia tudo aquilo rugiu, em explosões subiu, e acalmou, como a gente acalma quando diante daquilo que nos enche, nos transborda, nos enobrece por estarmos ali, apreciando as coisas do Paraíso, e não em shoppings do consumismo...
Milhões de pixels ficaram gravados para sempre, e os acompanharão por onde andarem, tamanhas lições que a Natureza ensina, calma sem repetição, amorosa e contemplativa. Como cabras montanhesas, seguiram por trilhas, trilhinhas e trilhões, num mundo em que a Terra reclama em pó, a ousadia em que um dia, aqueles monstros petrificados resolveram crescer...
Atravessaram pontes e singelas pinguelas, esquisitas passagens, pontes nenhumas. Desmontaram as bicicletas transformando-se em Ciclopedestres, sem pressa num mundo de pedras, onde os solados e os cascos vêm esculpindo caminhos há muito tempo..., e chegaram onde todos chegamos..., naquele fim que não dá mais para pedalar, pois que nesse mundo, tudo tem começo, meio e fim...
Viajei com eles, com os olhos deles, com as emoções que me fizeram também sorrir, e a inveja não diminuiu...
* * *
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