Ergonomia e sobrepeso

Não era para ser uma crônica,

mas foi saindo, evaporando, e

antes que virasse fumaça, escrevi...



Ergonomia e sobrepeso
(Paulo R. Boblitz - mai/2014)

Pode até ser que os assuntos não se entrelacem, mas vou arriscar...

Se você está pesado, consequentemente está consumindo mais combustível, além do seu monobloco (sua coluna vertebral), correr sério risco de algum empeno.

Pense nisso: somos iguais a um bom automóvel, sem os acessórios, é claro.

Temos quatro rodas, mas só gostamos de andar sobre duas, isso mesmo, empinados, perigosamente em equilíbrio.

Temos uma carenagem, nossas roupas, simples ou estilosas.

Às vezes andamos de forma conversível, sem capota; outras, com ela protegendo, com nossos bonés ou chapéus.

Trafegamos em qualquer terreno, traçados ou não, e ainda podemos reduzir, momentos difíceis em que galgamos penhascos ou arvoredos.

Temos, além disso, um giro formidável, tanto para a esquerda quanto para a direita, freios independentes, e engatamos qualquer das marchas sem embreagem e nenhum arranhão. Além disso, mudamos de direção bruscamente, à frente ou à ré, sem possibilidade de quebra de qualquer peça móvel do sistema de tração.

Somos impermeáveis, andamos dentro d'água, completamente submersos, na lama, e mesmo assim não atolamos, nem apagamos o motor.

Temos dois faróis que dificilmente queimam, a não ser bem lá no fim de suas vidas úteis, mas logo corremos para o médico de olhos, e implantamos novas micas.

Necessariamente não utilizamos setas, e às vezes até trombamos uns com os outros, mas, sem maiores acidentes ou consequências, a não ser quando tais trombadas são mais profundas, referindo-me aqui aos nove meses...

Temos um molejo infernal, inigualável; basta qualquer música contagiante...

Mas reparem: isso tudo só conseguimos, se formos ágeis, portanto, se estivermos pesados, além do alto consumo, também sobrecarregaremos outras partes da suspensão, como joelhos, quadris, tornozelos etc.

Sim, mas onde entra a tal Ergonomia? Já entrou! Está envolvida nisso tudo aí em cima; ela é inversamente proporcional ao que você consome, e aqui, permitam-me citar uma contradição: quanto mais redondos somos, menos aerodinâmicos...

A propósito: somos Flex e ninguém se compara com nossa gama de combustíveis, embora alguns, a longo prazo, acabem produzindo mazelas aos nossos motores principais, porque não temos apenas um, cheio de cavalos, mas vários num cavalo só. Calma!, foi só uma representação, uma facilidade de interpretação, afinal, nossos pulmões, coração, cérebro, rins e tantos outros, funcionam sem você dar nenhuma partida na chave de ignição, por isso mesmo que não temos bateria...

Escolha bem seu combustível, alguns que não produzam poluições internas, que costumam ficar armazenadas. Poluição sadia é aquela que expelimos todos os dias, principalmente o suor.

Não precisamos ser um Mercedes Benz (qualquer modelo), nem por isso, precisamos parecer um Fiat 1 ponto zero...

Que tal uma bicicleta? Põe você em forma, rapidinho...

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