Rogério Esteves partiu...
(Paulo R. Boblitz)

Como acontece no pedal, Rogério Esteves cansou e resolveu partir. Doador de órgãos, deve estar agora mesmo ajudando muitas pessoas...

Rogério foi atropelado enquanto pedalava num domingo tranqüilo, noticiado como falecido, depois descoberto que reagia, mas agora ele se foi.

Foi continuar seu pedal em outras trilhas, outras ladeiras, outras paisagens...

O atropelador será ouvido ainda nesta semana, assim foi noticiado, mas e daí? Aplique-se a ele a maior das penas, descubra-se qual foi o motivo, mas e daí?

Rogério Esteves voltará ao nosso convívio?

À sociedade, essa mesma que teima em ser hipócrita, porque teima em levar vantagens, avança sinais, anda na contramão, agride-se por causas banais e fúteis, tem pressa para nada fazer de valor, serão dadas apenas satisfações, mas e daí..?

Rogério Esteves se foi...

Quem sabe um dia todos nós nos encontremos, e ele nos ensine e mostre os lugares bonitos de onde agora está, para juntos, pedalarmos novamente...

* * *


Rogério Esteves está vivo
(Paulo R. Boblitz)

Já era madrugada quando li a mensagem do falecimento de nosso amigo. O calor das informações costuma ser aflito.

O amigo Cledson agora há pouco, mandou uma notícia muito boa, a de que o Rogério Esteves conseguiu reagir (está nos dois comentários postados).

Assim, Orações e Pedidos, agora são muito importantes, pois alguém lá de cima nos Ouvirá.

Rogério Esteves está vivo.

Rezemos...

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Rogério Esteves
(Paulo R. Boblitz - dez/2011)


Eu estava pronto a publicar sobre o prazer de pedalar na chuva, mas o tempo não me deixou. Tempo para pedalar, para trabalhar, para produzir, para resolver soluções, estas que nos ocupam a maior parte do tempo, e que dando tempo ao tempo, todas acabam sendo solucionadas.

Vejo que o tempo me reservava uma triste prosa, essa mesma que cada um de vocês teima em desacatar, como a atender um celular enquanto dirige, envolver-se num som enquanto conduz entre pessoas inocentes, ter pressa onde num domingo feriado, tudo fosse descanso...

Meu amigo pedalava em pleno meio dia; ele não descansava; ele não tinha pressa...

Ele apenas pedalava...

Suava sob um sol abrasador, apenas isso, porque pedalar é antes de tudo uma atitude. Pedalar é exercitar a mente e o corpo, portanto ser útil num mundo de tantas pressas, algumas delas energizadas pelo álcool...

Pedalei algumas vezes com ele, mas não conversamos o suficiente, não ao ponto de conhecê-lo e com propriedade, tecer elogios.

Se ele pedalava, tinha bom senso; se ele se utilizava da bicicleta, ao contrário de muitos que se utilizam da garrafa, tinha muitos méritos e qualidades.

Não feria ninguém no seu andar; não ofendia ninguém no seu prazer...

Está morrendo? Está nas mãos de Deus...

O dono do volante terá muitas explicações; o Rogério, nem se defender, poderá...

Num domingo, num ponto inexplicável, num dia sem compromissos, alguém com muita pressa se valeu do ser o mais forte. Arrogante, pegou o Rogério para que ele nunca mais atrapalhasse ninguém, como se atrapalhar fosse alguma atitude de má fé, porque é o apressado, com ou sem razão de tanta pressa, o responsável pela ansiedade.

Existem pressas que até se justificam, mas existem outras pressas que são fúteis, como a do encontro para mais uma garrafada, para mais uma rodada de fanfarras, para mais um duelo de sons de malas, para mais uma festinha como as tantas que não dão em nada, até que um dia, alguém pacato e educado, seja pego por atrapalhar o mundo.

Só vão embora cedo, aqueles que são bons, como se o Paraíso fosse algo por nós conhecido. Até pode ser, mas, e sobre quem dependia do Rogério? Quem dele gostava, o amava? Quem dele bebia dos sorrisos e amabilidades? Quem dele recebia os conselhos e educação? Quem dele recebia os afagos no coração? Quem dele esperava todos os sonhos pensados juntos?

Para o Rogério, que era bom, a ida antecipada para o Paraíso; para todos os que ficaram, diretamente ligados a ele, o Inferno...

Às vezes entro em parafuso e penso que Deus não tem lá essa tanta imaginação... Ele é meu Pai e me Permite pensar, e se penso, posso questionar.

Paraíso para o Rogério, Inferno para os que dele dependiam, e para quem o atropelou? Aí, meu Deus, o que o Senhor reserva?

Rogério não estava em nenhuma guerra, nem estava em nenhuma selva, tampouco atrapalhava ninguém, porque bicicleta é magérrima, é fraquíssima, anda sempre no lado direito de qualquer avenida, sempre com muito medo dos que se acham acima dos direitos de todo mundo que não esteja atrás de um volante maior.

Dê-se um caminhão a um animal destes, e ele passará por cima de todos os menores.

Responda-me meu Deus: por que num belo domingo, dia do descanso, pegamos nossa bicicleta e honramos o nosso próprio templo, o nosso corpo, onde habita aquela alma que um dia o Senhor soprou, e somos pegos de surpresa, como se tocaiados? Por que ao bêbado e ao drogado, o Senhor protege, e ao inocente o Senhor permite o sofrimento?

Soube agora que o Rogério faleceu. Gostaria que a informação fosse equivocada. Gostaria que alguém me chamasse de mentiroso por causa disso, mas infelizmente foram dois a me darem a notícia, dois bons amigos chegados a ele...

Sabe meu Deus? O Senhor deveria ter melhor criatividade...

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2 comentários:

  1. Bom dia, Boblitz, a última notícia que recebi, às 09h23min., informa que nosso amigo o sócio Rogério Esteves está vivo, reagindo ao trauma brutal de que foi vítima neste domingo, por volta da 12h. O Dr. Fernando Aguiar executou o procedimento cirúrgico nesta madrugada e Rogério reagiu bem e será transferido para uma UTI. Estamos rezando para que ele se recupere e retorne ao convívio dos amigos e familiares. Aquele Abraço. Cledson.

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  2. Rogério Esteves está vivo. Rezemos por ele.

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