Natal com os pedais - I Passeio ciclístico natalino

Nunca fui um Papai Noel...

Nem com meus filhos, experimentei ser...

Abrir presentes não é a mesma coisa de levá-los,

entregá-los a quem não espera recebê-los...

Enfim descobri que Papai Noel é bem real,

que ele vive em cada um de nós, aguardando...

A decisão compete a cada um, torná-lo real ou deixá-lo fantasia...

Partilhem conosco a nossa festa, sintam-se em casa, façam de conta que vocês também estavam lá.

Descubram como é gostoso participar, enfim doar-se por poucas horas, num ano com milhares delas...

Aproveite você agora, para fazer seu alistamento,

aqui no Trilhas com poesia, pegue o endereço.

Não precisa vir para cá; você também mora numa cidade...

Obrigado a todos, palmas para o Aranha, feliz natal...


Boblitz



Natal com os pedais - I Passeio ciclístico natalino
(Paulo R. Boblitz - dez/2009)


Foi um sucesso...; 326 pessoas pedalando, de vermelho, presentes às costas, piscando pela noite em busca das crianças, que foram muitas e felizes...

Todos arranjaram um gorro vermelho, e um saco generoso a tirar surpresas para uma criançada que sorria...

Aranha deu a idéia, a Prefeitura se mexeu, todos apoiaram e muita coisa se arrumou...

Foi feito um planejamento, um roteiro chegou a ser desenhado, uma ordenação de instituições priorizadas, mas na hora H o que valeu foi a improvisação, dando certo pois partia dos corações, todo mundo com disposição, fazendo a coisa andar e dar certo, ordenadamente fora do planejado, prova de que a boa vontade sempre prevalece.

Problemas? Nada que uma primeira vez não tenha, pois uma idéia, mesmo simples, a envolver tanta gente assim, necessita de uma logística de guerra, antecipada, e aqui me utilizo desse termo militar, pois que foi um verdadeiro e avassalador assalto contra as hostes da tristeza.

Como uma pequena tropa de cavalaria em pedais, alcançamos um a um nossos objetivos, conquistando cada coraçãozinho apertado que nos aguardava, plantando em cada um, a sementinha da Esperança.

Pela ordem, não necessariamente nessa ordem, tomamos de assalto e conquistamos:

- Lar Meninos de Santo Antonio

- Abrigo Caçula Barreto

- Casa Santa Zita

- Lar Infantil Cristo Redentor

- Oratório Festivo São João Bosco - Oratório de Bebé

Embriagado pelo meio da caravana, tonto com tantas rodas girando, zonzo com tantos pedais subindo e descendo, não lembro por onde andei, nem sei por onde passei, pois olhava apenas para os olhinhos que nos recebiam encantados e cheios de muita vida.

Lembro sim do último rincão, pois ali enfim paramos, última conquista com descanso para a tropa, Lar Infantil Cristo Redentor, onde a criançada moradora em redor, também carente, nos recebeu com alegria, acabando de vez com nossa munição de paz e amor...

Lembro também de uma criança em especial, desta feita no Oratório de Bebé, linda tornada pelos sentimentos, pequenina do alto de seus 4 ou 5 aninhos, num velocípede cor de rosa, dando lição de honestidade e desprendimento...

Quando ia receber um segundo presente, recusou dizendo que já ganhara um... Ensinou na prática como devemos viver e conviver, repartindo como um dia Jesus repartiu, deixando para as que ainda não haviam recebido, seu gesto nobre de menina menininha, pequena santa desprovida do egoísmo, do possessivo, a se doar para as outras irmãzinhas...

Um nó achegou-se em meu pescoço e por momentos estaquei; aprendemos sempre por onde andamos, com quem convivemos...

Um pequenino anjo me mostrou, que amor existe sem condições, sem proporções, sem nada em troca a não ser por mais amor...

Ali eu recebi o meu presente, bebi do cálice da Natividade... A beleza não está no belo; está na alma que se anuncia, seja criança ou velho...

Missão cumprida, hora de debandarmos, a equipe do Aranha, Bicicletada, sem líder e sem dono, ao som do primeiro que zoava, entoava o grito de guerra das alegrias, sem ensaios apenas contagiando, vivas e anúncios de nossas vitórias...

Voltamos todos ao lugar de onde partimos, cada um com seu aprendizado, sua lição tirada de mais um dia de vida, e devagar nos fomos dispersando, enfim voltando para a realidade, sonho gostoso despertado...

Paulo Sérgio, que distribuiu bombons com todos nós, o único caracterizado como Papai Noel, voltando comigo e meu filho pelo mesmo caminho, contou-nos algo engraçado, mais uma outra lição aprendida...

Quando vinha pedalando pelo caminho, passando junto de uma molecada, o primeiro gritou:

- Papai Noel veado!

Ele então se virou e respondeu:

- Rôu-Rôu-Rôu...

Não satisfeitos ainda, um segundo gritou:

- Papai Noel corno!

Ele, não se agüentando, parou e suplicou:

- Meus filhos!, por favor!, se decidam..!

Decisões sempre tomamos. Ano que vem faremos de novo; chamaremos os bravos soldados da Reserva, uniremos com os soldados da ativa, e novamente conquistaremos as Fortalezas, não necessariamente inimigas, mas carentes de uma noite especial, essa mesma que jamais esqueceremos...

* * *

Nenhum comentário:

Postar um comentário