Impulsos, tendência instintiva de todos nós.
Sopros de razão de nossos Anjos da Guarda.
Carga energética que faz o organismo tender...
Seguir impulsos: pôr em movimento, seja lá o que for...
Sopros de razão de nossos Anjos da Guarda.
Carga energética que faz o organismo tender...
Seguir impulsos: pôr em movimento, seja lá o que for...
Siga seus impulsos...
(Paulo R. Boblitz - abr/2011)
Estamos ligeiros demais... - pensava com meus botões.
E estávamos mesmo...
Na verdade, não era para eu ter ido...
Cheguei em casa, vindo do trabalho, e a esposa perguntou:
- Vai pedalar?
Eu respondi que sim, mas depois resolvi não ir, pois que havia um exame de sangue no dia seguinte, e um dos itens a serem analisados, era justamente o Antígeno Prostático, aquele que nos proíbe qualquer exercício nos três dias que o antecedem, mas eu não estava ligado nele, e sim nas gotas do antigases que teria que tomar, pois também haveria uma ultrassonografia abdominal total. Era o Periódico que anualmente fazemos.
Meu receio era de que pudesse ter uma dor de barriga pelo caminho, mas minha esposa me lembrou que aquilo era apenas para eu ventar, e pedalando, aí é que eu ventaria mesmo, ou seja, para que nenhuma nuvem atrapalhasse a panorâmica lá dentro da minha barriga.
Já me arrumando, o João de Deus me liga:
- Cadê você? Já estamos na 13...
- Tô chegando, tô chegando...
E mais um pouco, saía pedalando para, quase um quilômetro adiante, lembrar da droga da proibição dos exercícios. Cheguei a dar meia volta, e mais outra meia volta de novo, afinal, tudo já estava bagunçado mesmo. Então, continuei no caminho para me encontrar com todos.
Quando os encontrei, Omar terminava uma piada engraçada, o que me fez sorrir com todos eles. Em seguida entrou um assunto de um acidente, e lembro que a Suzana nos apressou, como quem não quisesse ouvir aquilo. Antes de partirmos, ainda pude ver pequeno desacordo sobre o trajeto, onde uns queriam ir para o sul, e outros queriam seguir para o norte. A turma do norte ganhou, e todos seguimos, ligeiros demais...
Ligeiros demais..., também pude ouvir o João comentando em voz alta...
Passamos em frente ao Iate Clube, pegamos a rua da Frente, passamos pelo cruzamento da Barão de Maruim, quando um ônibus nos aguardou em gentileza, cruzamos a frente da Ponte do Imperador, passamos pelo antigo embarcadouro das balsas, e quando estávamos próximos do antigo Porto onde embarcávamos nas lanchas para o outro lado do rio, Suzana se assustou com um carro que estava a nos cortar para entrar no posto de combustíveis.
Foi o suficiente para uma parada brusca, o que chamamos de babalú, quando acionamos o freio da frente com muita força. Eu era o último da fila, e de repente vi aquela fila engrossar ligeiro. Achei que fosse pneu, pois a bicicleta havia parado de cabeça para baixo, como se alguém a tivesse colocado daquele jeito para desmontar a roda. Suzana sentada no asfalto, cara de um bocado de dor, canela sangrando com um corte feio...
Omar foi com ela para o Hospital, onde ela levou alguns pontos na canela, tirou Raio X da costela que reclamava, e fez um curativo leve no ombro. Nada de grave foi encontrado. Vai mancar por uns dias, mas já estava sorrindo...
Ficamos com duas bicicletas para serem rebocadas. João de Deus trouxe a de Suzana, que no tombo quebrou dois raios e empenou a roda dianteira, e o Clayton trouxe a do Omar. Seguimos devagar, lembrando dos amigos que já quebraram alguma coisa com a bicicleta, e mangando do Omar, de capacete e bermudinha apertada, lá no hospital a despertar olhares curiosos...
A turma que queria ir para o sul, logo lembrou a hipótese mística do episódio, como se o sobrenatural nos estivesse regendo nessa noite, mas a verdade é que em tudo o que nos acontece, uma espécie de somatório de pequenos desalinhamentos vão se aglutinando, criando a atmosfera certa, pura simpatia, ou antipatia, que predispõe quando o negativo é pensado, nada que as cartas possam explicar, ou que a Estatística perdoe...
Suzana agora está em casa, mais um risco das agonias a marcar-lhe a pele, futura cicatriz que com orgulho nos mostrará, quando com novo sorriso se nos chegar para pedalar...
Omar e João de Deus estão no Açaí, repondo as energias que nem sequer foram queimadas. Fernando já deve estar dormindo, e Pirambu e Clayton pedalando, pois estavam combinando seguir para algum lugar.
Quanto a mim, bem, vocês acabaram de ler toda essa história.
Vento que é bom, até agora não saiu nenhum...
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário