Meu aniversário
(Paulo R. Boblitz - abr/2011)

Prezados Amigos,

A cada mensagem recebida, a cada telefonema, a emoção aparecia um pouquinho. E ainda não acabou, pois assim como existem os antecipados, também existem os atrasados, com os pontuais pelo meio, todos produzindo a mesma coisa: o gostoso de ser lembrado, de receber carinho...

Amanhã, depois do Pedal, sentaremos em algum lugar para uma pequena comemoração - salada de frutas ou açaí...

Mas fazer aniversário é ficar um ano mais velho; ainda não inventaram uma forma de pará-los...

O fato é que a cada aniversário, somamos mais um ano em nosso histórico, acabamos percorrendo junto com a Terra, uma formidável distância pelo Carrossel cósmico, num brinquedo divino cheio de voltas.

Não estou triste porque fiquei mais velho, mas apreensivo por deixar de ser mais jovem. É certo que existem os prós e os contras, mas o certo é que as nossas brincadeiras vão se tornando mais chatas, e todo mundo começa a querer mandar na gente, a querer empurrar remédio, receita disso ou daquilo...

Todo mundo fica em conluio, amigos, médicos, laboratórios, preguiças, até aquela junta que de repente começa a estalar.

Aquilo que não podíamos comer ou beber porque não podíamos comprar, continuamos agora sem poder, porque nos faz mal. Aquilo que não comíamos porque não gostávamos, continuamos sem comer, porque nos aumenta isso ou aquilo. O pior é que aquilo que sempre comemos, começamos a precisar mudar, geralmente para o mais chocho e insosso...

E passamos a nos resumir em taxas: taxa disso, taxa daquilo, fora as outras taxas do dia-a-dia.

Falando em taxas, já me fizeram gozação: para o ano que vem, já posso desfrutar do Estatuto do Idoso. É quando, tão jovens ainda, assumimos que estamos fracos - tô fora...

Vou continuar andando, pedalando, esperando a minha vez na fila sem nenhuma cadeira, pois que se dermos moleza, o corpo acaba se aproveitando.

E velho, é a vovozinha...

Prefiro me encarar como mais rodado, mais amaciado, mais calejado, mais experiente, acho até que mais charmoso, justamente o que anda em falta nesses dias em que todos vivemos... Tem só um porém: a suspensão não é mais a mesma.

Por dentro até vamos nos tornando um pouco mais doces, claro que com algumas doses amargas; por fora é só endurecimento, claro que referindo-me às articulações...

Estão rindo? Tomem cuidado para não terem que tomar chá de piroca de sagüí...

Ano que vem tem mais, e minha Esposa me desejou mais 50 anos pela frente. Acho que ela estava de mangação comigo; ela sempre me lembra dos problemas. Não fosse por ela ainda bem cedinho, eu nem me daria conta de minha data histórica. Será que ela fez de propósito? Tenho certeza que não, e espero realmente passar muitos aniversários ao lado dela...

Se eu pudesse começar de novo, me casaria com ela novamente, aliás, cometeria todos os erros outra vez, com os acertos pelo meio, pois que minha vida sempre foi muito boa, engraçada e agitada, com todos os meus amigos pelo meio...

Assim, um pedaço de bolo para cada um, um abraço apertado, meu prazer dividido, porque a cada ano só fazemos um, e novamente começamos nova contagem, progressiva como otimista é a própria vida, pois que se ganha vida a cada dia, todas as vezes quando o Sol desponta...

* * *

Um comentário:

  1. cada ano é cada ano e a gente so sabe o q muda ao longo dele , entao temos 365 dias para nos acostumarmos c as mudancas q nao param nunca. o remedio é piroca de sagui ???? caraca essa eu nunca ouvi kkkkkkkkkkk mas o bom mesrhergeemo meu primo é poder viver e aproveitar da melhor maneira. Mais uma vez parabens e muito beijos

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