nem tudo que se escreve é verdadeiro...
Na cabeça da gente,
é onde, de repente,
acontece toda a magia...
Na vida, tudo é por conta das motivações...
(Paulo R. Boblitz - julho/2016)
Hoje quando saí do trabalho, resolvi passar no supermercado, para comprar algumas frutas, umas maduras, outras de vez...
Passear pelo supermercado é algo, acima de tudo, colorido, pois o que não falta é rótulo disso e daquilo. Todo mundo compenetrado, olhares da gôndola para o carrinho...
Minha lista de compras, há muito que é moderna, pelo Whatsapp; vou comprando, e deletando... Mas nem sempre foi assim: minha primeira lista, a esposa escreveu de um fôlego só, ou seja, numa única mensagem, e a cada item, eu tinha que ler tudo aquilo de novo...
Comprei isso e aquilo, e mais aquilo outro; deu vontade de comprar um vinho...
Terminei minha maratona pelos corredores, dirigindo-me ao Caixa, uma mocinha simpática, a quem entreguei o meu cartão de crédito.
Item a item foi passando pelo registro, que apitava quando concluído.
Digitei minha senha, recebi minha notinha e fui em busca da saída, empurrando aquele meu trem.
Chovia grosso, descobri com desagrado, pois meu carro estava distante; teria que esperar a chuva passar...
Estávamos, eu e o meu carrinho, bem na entrada principal, aquela por onde todos passam, entrando ou saindo; à minha direita, uma mistura de bar, cafeteria e lanchonete, com pessoas alegres conversando...
E foi aí que me veio a vontade: aquela pressão ventosa que necessita despressurizar; não daria para disfarçar...
À minha esquerda, uma varanda comprida, sem ninguém à vista; de qualquer forma, estaria mais próximo do carro, e andei até não mais poder, porque havia um final.
Olhei para trás, não vi ninguém, então deixei escapar, isso que todos vocês também deixam; somos todos iguais...
É interessante, como ficamos mais leves...
Em menos de meio minuto, a câmara já estava novamente carregada; não pestanejei...
Enquanto aquela pequena nuvem escapava, notei um movimento ao meu lado; era uma linda mulher que se achegava.
Um relâmpago azul rasgou ligeiro minha massa cinzenta: enfrentaria a chuva, e o malcriado fedorento me acompanharia...
Se eu me molhei? Nem senti, porque ao mesmo tempo em que apertava o passo, passava-me pela cabeça, aquilo que a linda mulher estaria pensando:
- "Cabra macho!!! Queria que meu marido fosse assim..."
Já no carro, ponderei: "Vou pra casa como herói, não como cagão..."
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário